O que o discípulo de Jesus pode aprender com as orações da Bíblia - 5


Com a reflexão de hoje, estarei encerrando esse singelo estudo sobre a oração. Hoje falarei do quinto aspecto que deve constar na oração de todo o discípulo de Jesus, que é a adoração. Falei sobre a intercessão, a petição, as ações de graça, a confissão e encerramos o ciclo hoje com a adoração.

No livro de Neemias, encontramos um modelo de oração de adoração que nos constrange a fazer da mesma maneira. Aquele povo regressara do exílio em Babilônia e agora, sob a direção do servo de Deus, Neemias, ouvira a leitura da Lei por Esdras e participara da celebração da Festa dos Tabernáculos, no sétimo mês, durante a primeira semana do mês (Ne 8). Quinze dias depois (Ne 9.1), ajuntara-se o povo com jejum e saco e traziam terra sobre si, denotando a condição de penitência, de contrição, diante do Senhor. Estavam de pé na presença de Deus, separados de todos os estrangeiros, fizeram confissão de seus pecados e das iniquidades de seus pais em arrependimento e humilhação. Leram no livro da Lei em uma parte do dia e na outra fizeram confissão e ADORARAM ao Senhor seu Deus. Leiamos: "E, levantando-se no seu lugar, leram no livro da lei do Senhor seu Deus uma quarta parte do dia; e na outra quarta parte fizeram confissão, e adoraram ao Senhor seu Deus" (Ne 9.3).

O texto diz claramente: "...e adoraram ao Senhor seu Deus." Isso se dá em seguida quando um grupo de levitas disse: "Levantai-vos, bendizei ao Senhor vosso Deus de eternidade em eternidade; e bendigam o teu glorioso nome, que está exaltado sobre toda benção e louvor" (v.5b).

Os israelitas então não estavam desapercebidos, mas desde o cap. 8 do livro de Neemias, nós lemos que o mês sétimo, que é o mês de Tisri, no calendário judaico, desde o primeiro dia desse mês, o povo estava reunido e contrito diante do Senhor. Como foi dito, ouviram a leitura da Lei por Esdras, o escriba, celebraram a Festa dos Tabernáculos com grande alegria e agora, ainda no mesmo mês, foram novamente reunidos para confissão de pecados, leitura da Lei e agora iriam adorar ao Senhor.

Neemias 9.6: "Só tu és Senhor; tu fizeste o céu, o céu dos céus, e todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto neles há, e tu os guardas com vida a todos; e o exército dos céus te adora." Esses oito levitas (v.5) reconhecem que só o Senhor é Deus (1 Re 18.39). Reconhecem que somente Ele é o Criador de todas as coisas, nos céus, na terra e nos mares (Is 40.26,28; 41.20; 43.15; 45.12; Ap 10.6). Também reconhecem que Deus é adorado pelas cortes celestiais (Is 6.1-4; Ap 4.1-11; 5.7-14; 7.9-12; 11.15-19; 19.1-10).

O que aprendemos então disso? Como nós, discípulos de Jesus Cristo, podemos entender dessas passagens?

A grande lição que subjaz em todos os textos citados: SOMENTE O SENHOR É DIGNO DE SER LOUVADO E ADORADO!

Como seguidores de Jesus, sempre e sempre deveremos nos prostar para reverenciar e adorar Àquele que tudo fez por nós. Em nossa vida de oração, a adoração, o louvor, devem ser uma constante. Também, no contexto total de nossa existência, deveremos ser adoradores. Os vários textos do livro de Apocalipse citados mostram como os seres celestiais e os remidos louvavam ao Senhor, adorando-O por Quem Ele é e pelos seus feitos. Diante de Sua Augusta Presença, nossa postura deve ser de plena adoração.

Exemplos para nós dessa condição total de adoradores encontramos no homem ao qual sua filha havia morrido (Mt 9.18), na mulher cananéia (Mt 15.25). Ambos adoraram a Jesus. Vemos a mulher que andava encurvada, o qual Jesus curou instantaneamente e em seguida glorifica a Deus (Lc 13.10-13). Vemos como o ex-cego de nascença adora a Jesus após tomar conhecimento de que estava diante do próprio (Jo 9.35-38). E até mesmo os demônios adoram a Cristo, reconhecendo prontamente Quem Ele era, o Filho do Deus Altíssimo (Mc 5.1-9).

Nossas orações devem estar impregnadas de adoração. Confessamos sim nossos pecados, intercedemos pelas necessidades, fazemos nossas petições, agradecemos pelas bençãos dispensadas, mas devemos adorar a Deus, porque Quem Ele é.

O livro de Salmos pode ser usado por todo servo de Deus para adorá-Lo, porque os salmistas expressavam com muita profundidade sua devoção ao Senhor. Eles convidam: "Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos, ajoelhemos diante do Senhor que nos criou" (Sl 95.6).

Portanto, adoração sempre, em todo tempo. Orando e adorando. Adorando e orando. Porque o Senhor é digno. Porque Ele quer ser adorando, Ele recebe nossa adoração. Adoremos ao que nos criou e nos redimiu, hoje, em nossa vida terrena, e para sempre, quando nos reunirmos juntamente com todos os remidos de todas as épocas e lugares e toda a corte celestial (Hb 12.22,23). Lembremo-nos e proclamemos continuamente o que Paulo disse em Rm 11.36: "Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém." E também em 1Tm 1.17: "Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus sábio, seja honra e glória para todo o sempre. Amém."

Que o Senhor, que é digno de toda a nossa adoração, possa te abençoar nessa semana. Que você possa adorá-Lo ao orar e no todo de seu cotidiano. Amém!

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