Fracassos previsíveis na vida de um discípulo (6)


Existe uma área bastante delicada na vida de todos nós, discípulos de Cristo, que não pode deixar jamais de ser abordada e é a área financeira. Finanças mal administradas, ou seja, a mordomia errada do dinheiro é uma triste realidade na vida de muitos cristãos. A administração correta deverá ser bem exercitada sob pena de, se assim não ocorrer, inúmeros prejuízos ocorrerão não só materiais, mas igualmente espirituais.

O discipulado do crente, seu aprendizado e crescimento, estará seriamente afetado por causa do descuido em suas finanças. A Bíblia tem ensinamentos sólidos sobre o uso equilibrado do dinheiro. O problema é que estamos em meio a uma sociedade materialista e que faz do consumo o seu deus. Assim, necessário se faz que haja na Igreja uma sólida base bíblico-teológica para que todos nós, discípulos de Jesus Cristo, ofereçamos decidida resistência à tentação do consumismo.

Os fariseus zombaram de Jesus quando Ele disse que é impossível servir a dois senhores (Lc 16.13,14). Ou bem somos servos de Deus, ou das riquezas (no original Mamom, um termo aramaico). A tendência mundana é de angariar, comprar, consumir, num espírito contrário ao Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Paulo diz em 1Tm 6.10: "Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores." Amar o dinheiro é colocar nele a sua confiança, as suas prioridades e a razão de ser da própria existência. O fruto deste amor é a avareza e esta era a doença por excelência dos fariseus. Acompanhando a avareza estão o egoísmo, a presunção, a soberba, a blasfêmia, a falsidade, a ingratidão, a desafeição e tantos outros males (2 Tm 3.1-5).

Diariamente, somos assediados pela propaganda. Esta é fortemente persuasiva e invasiva. O crente, mal estruturado, pouco ensinado a respeito, sem discernimento, cai vítima do engodo de satisfazer seus desejos despertados por aquela. Endivida-se, a desarmonia instala-se em seu cotidiano, porque não soube (ou não se deu o trabalho de saber) acerca dos fatos: Havia realmente a necessidade de adquirir aquele produto alardeado pela propaganda? E se havia, a despesa com a compra do mesmo caberia em seu orçamento?

O que Deus deseja é que estejamos revestidos de humildade (Cl 3.12). A humildade gerará em nós a simplicidade, uma realidade em nosso interior que resulta num estilo de vida exterior. Sempre sairá derrotado o discípulo nesta dura peleja contra a avareza, o materialismo, o consumismo se não procurar as orientações de Deus para esta área da vida. O décimo mandamento do Decálogo (Ex. 20.17; Dt 5.21) é justamente contra a cobiça, contra o desejo interior de "ter" que poderá conduzir ao endividamento, ou, em casos extremos, ao roubo e à opressão.

Não viva portanto como um fracassado, porque notória é a derrota nas vidas de todos quantos cortejam viver descontroladamente no trato com o dinheiro. Este pode ser o mais dócil e versátil servo, mas, se não formos previdentes, tornar-se-á o mais despótico e cruel senhor. Hebreus 13.5 assim diz: "Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei" e também o Senhor Jesus em Lucas 12.15: "E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui."

O Deus de Israel e Senhor de todo o universo, possa abençoá-lo nesta semana, amém.

Em seguida: FALTA DE DISCERNIMENTO ESPIRITUAL


Comentários

CLEUZA disse…
Realmente, este é um assunto que precisa ser tratado entre os crentes.
Somos portadores da glória de Deus. Como a Arca da Aliança, onde está um crente, deve ser garantia da manisfestação da presença de Deus.
Costumo dizer que quando o crente deixa de cumprir com sua palavra, deixando de pagar uma dívida na data marcada, é glória de Deus se apagando em sua vida. As pessoas dizem: Ali, diz que é crente, mas não paga.
Vamos cuidar para manter a chama acesa.

Parabéns!

http://Cleuzano.blogspot.com
De fato querida Cleuza, devemos ser zelosos neste aspecto (como em outros também), obrigado pela visita e comentário, fique na Paz!

Cicero Ramos

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