Fracassos previsíveis na vida de um discípulo (5)


1 Timóteo 5.8: Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos de sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel.”

Nesta série sobre o que pode contribuir para o fracasso na vida do discípulo de Cristo, devemos trazer à lume a questão familiar, porque o descuido da própria família é um fator que impactará a vida de qualquer que tenha feito profissão de fé em Cristo Jesus.

Muito bem faz o discípulo de Cristo, se atentar para o que diz a Palavra de Deus no tocante aos relacionamentos de família, envolvendo a relação marido e mulher, pais e filhos e entre irmãos. Jesus mesmo foi um filho exemplar (Lc 2.51,52). Seus pais, José e Maria, exemplificam também a harmonia que havia sobre uma família judia, isto porque, cumpriam as determinações da lei do Senhor (Lc 2.21-24; 27,39,41,42).

Descuidar da própria família é ser indiferente aos laços de parentesco mais próximos. É o marido que não assume plenamente suas responsabilidades de chefe da casa, a esposa que descuida de suas obrigações no lar, o filho que não permanecesse em submissão à autoridade de seu pai ou de sua mãe, os irmãos que vivem em contenda constante. Torna-se um estorvo muito grande a desarmonia na vida em família, em suas variadas relações, porque a mesma foi estabelecida por Deus, na vida dos seres que criara à Sua própria imagem e semelhança, antes de qualquer outra instituição surgir sobre a Terra (Gn 2.24; Mt 19.4-6).

Os cristãos, mais do que ninguém, devem ter muito cuidado para que seu testemunho seja adornado por uma vida familiar exemplar. Nas recomendações de Paulo a Timóteo para a escolha de pastores para cuidarem da Igreja, está assim escrito: Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher,…..” (1 Tm 3.2a). A sanidade do ministério cristão está atrelada ao casamento monogâmico portanto. Aos filhos, Paulo recomenda em Ef 6.1-3: Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa; Para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra.” E aos pais diz o apóstolo: E vós, pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor” (6.4).

No contexto de 1 Tm 5.8 em que baseamos a presente admoestação, está implícito o cuidado que a Igreja deve ter com as viúvas. Todavia, Paulo ensina que, se esta viúva tiver filhos ou netos, estes deveriam assumir o sagrado e honroso encargo de sustentá-las, ele diz que isto é bom e agradável diante de Deus” (v. 4). Ampliamos o pensamento de cuidar da própria família a partir desta passagem baseados de que todos são nossos semelhantes e somos todos irmãos como Jesus mesmo disse em Mt 23.8. A partir daqui, bem podemos incluir, de forma ampliada o cuidar da própria família extensivo aos nossos irmãos em Cristo, e não somente aos parentes biológicos, mas a todos que fazem parte da família de Deus, conforme Ef 2.19.

Cuidado nas relações com os familiares, em seus múltiplos aspectos, físico, emocional, espiritual é fator de estabilidade na vida do discípulo de Jesus Cristo. O NT fala da mutualidade entre os membros do Corpo de Cristo (Rm 12.4-10; 1 Co 12.12-27). Não cuidar dos seus, quer sejam parentes biológicos ou não, é uma proposta de derrota para qualquer cristão.

Que não sejamos como Caim, que ao ser interpelado pelo Senhor Deus disse que não era guardador ou responsável por seu irmão Abel (Gn 4.9).

Deus abençoe você em seus relacionamentos familiares.

Na próxima semana: FINANÇAS MAL ADMINISTRADAS.

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