Fracassos previsíveis na vida de um discípulo (4)


João 15.1-6: "Eu sou a videira verdadeira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado. Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará. e os colhem e lançam no fogo, e ardem."

Há um outro fator muito importante a ser considerado por todo discípulo de Jesus, o cuidado que deve ter para que não tenha uma vida infrutífera. Todo seguidor de Cristo deve necessariamente dar frutos. O Senhor disse que Ele era a videira verdadeira, o Pai era o lavrador e nós somos as varas da videira, varas que devem produzir frutos. Seremos tirados, arrancados do tronco principal da videira, que é o Senhor Jesus, se de fato formos infrutíferos. É algo que Deus não admite, uma vida sem frutos. Ele limpa a vara para que dê mais fruto, mas lança fora aquelas que realmente não produzirem.

Ensina-nos nosso Senhor, que uma vida cristã deve ser uma vida de frutificação. Pelo Espírito de Deus, o crente produz fruto (Gl 5.22: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, domínio próprio). O crente que assim não zela pelo princípio bíblico da frutificação, está fadado ao fracasso, à derrota, à inércia espiritual. Palavras severas são pronunciadas por Jesus, advertindo-nos que se não estivermos n'Ele para produzirmos fruto, de fato, seremos lançados fora. Jesus deixou bem definida a questão de que seus discípulos produziriam frutos conforme a parábola do semeador em Mt 13.23: "Mas o que foi semeado em boa terra é o que ouve e compreende a palavra; e dá fruto, e um produz cem, outro sessenta, e outro trinta."

Tanto individual quanto coletivamente, a cristandade pode ser infrutífera e ser lançada fora como disse o Senhor. No tocante ao aspecto coletivo, notamos o que sucedeu na história da Igreja. Pouco tempo depois de sua ascenção ao trono, o imperador Constantino, em 313, publicou o famoso Edito de Tolerância fazendo com que os cristãos deixassem de ser perseguidos. Antes disso, em que pese as perseguições pelas quais passou, a Igreja produziu muito fruto. Muitos em todas as classes sociais do Império Romano renderam-se ao pés de Jesus. A evangelização era uma constante, como um verdadeiro estilo de vida. Como característica marcante, os cristãos demonstravam cotidianamente o fruto do Espírito conforme Gl 5.22. Entretanto, no momento em que a Igreja uniu-se ao Estado, o mundanismo, o pecado e a perda do primeiro amor (Ap 2.4) logo fizeram-se notar. Perdeu-se a simplicidade e o orgulho e o poder tornaram-se a ordem do dia.

Indelevelmente, a Igreja daquele período assumiu esta forma, que era e é estranha aos princípios eternos da Palavra de Deus. Certamente, Deus preservou aqueles "sete mil que não dobraram seus joelhos a Baal", ou seja, sempre houve um remanescente fiel e que continuou a produzir frutos de justiça. Não precisamos falar mais sobre o outro grupo, basta olharmos hoje para o triste estado da igreja romana.

O Senhor Jesus disse em Jo 15.16: "Não me escolhestes a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda." Se o amado irmão ainda possui dúvidas de que deve efetivamente produzir frutos como um genuíno cidadão do Reino de Deus, preste atenção nestas palavras de nosso Mestre. Foi Ele mesmo Quem nos escolheu, nomeou e enviou para que então produzamos fruto e o nosso fruto permaneça. Falta de fruto na vida cristã é sinônimo de fracasso. Permaneça pois em Cristo e seja abundantemente frutífero, esta é a vontade de Deus para mim e para você. Em Nome de Jesus, amém.

Leia ainda mais em sua Bíblia sobre o produzir fruto: Sl 1.3; 92.12-14; Mt 3.8; 12.33; Lc 3.8; 8.15; Jo 4.36; Rm 6.21,22; 7.4,5; Ef 5.9; Fp 4.17; Hb 12.11; 13.15.

Na próxima semana: O DESCUIDO DA PRÓPRIA FAMÍLIA.


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