O discípulo deve ser grato a Deus sempre


No Salmo 116.12, 13 está assim escrito: "Que darei eu ao Senhor, por todos os benefícios que me tem feito? Tomarei o cálice da salvação e invocarei o nome do Senhor." Davi sabiamente reconhece nestas palavras que deveria ser de fato grato a Deus. A gratidão a Deus, muito mais do que simplesmente dizer "obrigado, Senhor", deveria ser para Davi, a oportunidade inigualável de se fazer duas coisas: tomar o cálice da salvação e invocar o nome do Senhor.

Tomar o cálice da salvação para nós cristãos deveria ser algo a levar-nos a uma reflexão profunda sobre os benefícios da obra salvífica de Jesus Cristo a nosso favor. Quantos benefícios nos sobrevieram em virtude da morte expiatória de Cristo. A libertação da escravidão do pecado e dos laços do diabo recebe um grande destaque. Devemos pensar juntamente em nossa regeneração espiritual, nossa justificação, nossa santificação posicional, nossa adoção de filhos, nossa glorificação (em dois aspectos: glorificação pelo fato de agora Deus Pai e Deus Filho habitarem em nós na Pessoa do Espírito Santo e a futura glorificação quando receberemos um novo corpo incorruptível e imortal quando da vinda de Jesus ou por intermédio da ressurreição). Expressamos gratidão genuína a Deus quando meditamos sobre estes fatos de nossa condição agora que somos redimidos e vivemos sob estas verdades que atingiram e transformaram para sempre o curso de nossa vida.

A invocação do nome do Senhor é derivada da reflexão nestas verdades. Quando refletimos quão gloriosa é a nossa salvação, de como ela custou o preço do sangue do Cordeiro de Deus, de como agora estamos sob o favor divino, não pairando mais sobre nós o peso de nossa condenação, temos a natural inclinação para invocar e adorar ao nosso sublime Deus que tudo fez por nós. Davi no início do Salmo 116, narra que estava em apertos e angústias. Tristezas profundas o assaltaram na alma. Mas ele resolutamente clamou: "Ó Senhor, livra a minha alma" (vs 4b). No vs 6b ele diz: "...fui abatido, mas ele me livrou", vs 7: "Volta, minha alma, para o teu repouso, pois o Senhor te fez bem", vs 8, de forma triunfante: "Porque tu livraste a minha alma da morte, os meus olhos das lágrimas, e os meus pés da queda."

Poderíamos até dizer, olhando esta passagem de outro ângulo, que tomar o cálice da salvação equivaleria ao aspecto teológico de nossa gratidão a Deus, relacionado a nossa salvação em Cristo, e a invocação do nome do Senhor poderia significar o aspecto devocional desta nossa gratidão. Mas, a predominância da parte de Davi recai no aspecto devocional porque no vs 17 ele diz: "Oferecer-te-ei sacrifícios de louvor, e invocarei o nome do Senhor." Está então aqui o rei Davi oferecendo sacrifício de louvor, isto é, não o sacrifício de um bezerro ou de um carneiro a Deus, mas sim, o sacrifício de seus próprios lábios, a glorificação verbal que todos nós deveremos prestar ao Senhor de toda a terra e que nisto o rei Davi foi um grande exemplo. E isto ele fazia com um espírito quebrantado e um coração contrito, conforme o Salmo 51.17.

Todo o discípulo genuíno de Jesus Cristo então, deverá atentar para a "tão grande salvação" (Hb 2.3) atentando nela como diz o contexto desta passagem de Hebreus. E sempre invocar o Senhor que planejou e consumou esta salvação, bendizendo continuamente seu Nome (Ef 1.3, 4).

Certamente, muitas são as bençãos na vida de cada crente. Mas nem todos tem tido o coração disposto como era o coração de Davi, para expressar a gratidão devida ao Rei da Glória.

Que ainda hoje, você possa expressar esta gratidão, como acima exposta porque o Senhor tem cumulado sua vida de inúmeros benefícios e somente Ele é digno de ser magnificado. Amém e Amém!

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