A autoridade do discípulo em nome de Jesus


O crente em Jesus Cristo possui autoridade! Para alguns discípulos, isto soa de forma natural e saudável, para outros, é um fato desconhecido, e para outros tantos é considerado de forma extremista e presunçosa. É importante frisar, antes de tudo, que esta autoridade de fato foi conquistada para o crente quando da morte do Filho de Deus na cruz. Paulo diz em Colossenses 2.15 que Jesus despojou os principados e potestades e publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz. E o escritor aos Hebreus no cap. 2 verso 14 afirma que pela morte de Cristo, o diabo, detentor do império da morte, foi aniquilado.

Todavia, é preciso condiderar adequadamente as instruções da Palavra de Deus sobre a atuação de Satanás e de seus demônios após a vitória de Jesus na cruz. Em primeiro lugar, o termo aniquilasse como está vertido na passagem de Hebreus em apreço, não está significando destruição total do diabo. O termo grego katargeo é formado por duas palavras: kata “abaixo de”, “por toda parte”, “de acordo com”, “com respeito a”, “ao longo”; e argeo “estar ocioso”, “inativo”, “demorar-se”, “atrasar”. Claramente então é percebido que a expressão não dá ideia de destruição total, mas de inoperância. Satanás foi aniquilado em seu poder, mas é óbvio, pela Palavra de Deus, de que ainda está atuante no mundo e, portanto, devemos estar precavidos contra sua ação maléfica.

Isto considerado, o que a Bíblia demonstra de maneira cabal é que estamos envolvidos em uma guerra de caráter espiritual, mesmo que queiramos ignorar isto. Todo discípulo de Jesus deve seriamente pensar sobre este fato, até porque se ele não faz esta consideração, já estará em grande desvantagem. Passagens como 2 Coríntios 2.10,11; 10.3-5, Efésios 6.11-13 nos advertem que há uma luta contínua do diabo e dos demônios contra os servos de Deus. E isto demonstra que podemos e devemos exercer nossa autoridade como crentes em Cristo.

Uma nota de equilíbrio é necessária nesta questão. Há muitos crentes, pastores ou não, presunçosos, que exercem esta autoridade sem considerar o que diz a Palavra de Deus. Naturalmente, demônios não devem ser entrevistados, demônios devem ser expulsos. Muitos querem demonstrar sua “autoridade” sobre as entidades do mal, entrevistando, questionando e nada disso está autorizado pela Palavra de Deus. Outros, fazem as chamadas orações de “determinação” para as curas de enfermidades ou resolução de problemas ou para que a benção de Deus venha sobre a pessoa: “Eu determino” que assim e assim aconteça, que esta doença seja curada agora, etc. Nestes casos, não se considera a vontade de Deus para a vida daquela pessoa. A soberania de Deus é deixada de lado em nome da autoridade pretensa de quem está orando, “o grande homem de Deus”, “o pastor ungido” e por aí vai.

Vamos ao que dizem as Escrituras: Jesus chamou aos seus discípulos em Mateus 10 e deu-lhes poder sobre os espíritos imundos para os expulsarem e para curarem toda a enfermidade e todo o mal. É fato portanto, que, extensivo a todos os servos de Deus não apenas aos doze apóstolos, somos ordenados e comissionados pelo Senhor Jesus para exercermos esta autoridade. Em Lucas 10.19 está escrito: Eis que vos dou poder para pisar serpentes e escorpiões, e toda a força do inimigo, e nada vos fará dano algum.” Em Marcos 16.17,18, o Jesus ressurreto praticamente repete quase as mesmas palavras: E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos e os curarão.”

Vê-se claramente que o poder e autoridade exercidos pelo cristão é um poder e uma autoridade delegados pelo Senhor. Se fosse minha autoridade, meu poder, sairia por aí e curaria a todos, a começar pela minha família, amigos, enfim. O que desejo deixar bem esclarecido é que o poder e a autoridade derivam de Deus. Ou seja, Ele tem o controle sobre isso. Não tenho autoridade por mim mesmo. É interessante notar o que Jesus respondeu a Pôncio Pilatos como está registrado no evangelho de João 19.10,11, Jesus estava em silêncio diante de Pilatos e este falou que tinha poder tanto para O crucificar como para O soltar. Ao que Jesus então respondeu: Nenhum poder terias contra mim, se de cima não te fosse dado.” Assim, fica terminantemente estabelecido que não só o poder é derivado de Deus como devemos exercê-lo sob sua soberana vontade.

Eu e você, discípulos do Senhor Jesus Cristo, temos autoridade espiritual. Mas que essa autoridade seja exercida como Deus quer e não presunçosamente. E que sejamos como o apóstolo Paulo em Atos 19.11-16 onde é descrito o que o Senhor fazia através da vida deste grande servo de Deus e como aqueles judeus presunçosos tentaram expulsar o demônio de um homem, invocando o nome de Jesus para isso. Porém, Lucas, o autor de Atos, deixa bem registrada as palavras do demônio: “Conheço a Jesus, e bem sei quem é Paulo, mas vós, quem sois?” Aqueles sete judeus tiveram que bater em retirada, envergonhados, nus e feridos pelo endemoninhado. Aprendemos por este episódio que nossa vida deve estar em conformidade com as ordenanças do Senhor, deve ser uma vida de inteira consagração a Deus, porque haverá o reconhecimento até do mundo espiritual de nossa autoridade sobre os espíritos malignos. A vida santa em submissão às Escrituras, autentica a autoridade de qualquer crente em Cristo.

Sejamos obedientes então à Palavra de Deus. Ela é a nossa única regra de fé e prática também na questão de nossa autoridade espiritual. Cuidado com aqueles que exercem uma pretensa autoridade, será que suas vidas estão em conformidade com a vontade do Senhor de toda a terra?

Que Deus abençoe você com toda sorte de bençãos, conforme Sua boa, agradável e perfeita vontade.

Comentários

J.A. Torres Q. disse…
Hola hermano, te informamos que pusimmos un traductor, hací podrás leer nuestro comentarios, te sugerimos que hagas lo mismo para ver tus entradas.
Bendiciones

Joel

http://www.opticabiblica.blogspot.com/
Muchas gracias hermano Dios te bendiga

Cicero Ramos

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