O Discípulo e a Identidade de Cristo
É possível que alguém se
reconheça como cristão, que deposite fé na Pessoa de Jesus Cristo, que confiou
nEle como seu Único Salvador e Senhor, sendo pois seu discípulo e aprendiz, é
bem possível que essa pessoa desconheça a real identidade de Cristo – quem Ele
é realmente.
Apresentada tal
possibilidade, bem podemos supor que o Espírito Santo conduza o discípulo de
Cristo às páginas dos Evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) para que
ele se coloque diante do mesmo Jesus que falava com os primeiros discípulos e
também ouça e tente responder às duas perguntas lançadas pelo Mestre: 1) Quem
dizem os homens que eu sou? 2) Quem VOCÊS dizem que eu sou? (Mt 16.13-16; Mc
827-29; Lc 9.18-20).
A primeira pergunta, segundo os textos bíblicos em
apreço, foi respondida em conjunto pelos discípulos. Porém, o segundo
questionamento de Cristo foi respondido prontamente e com correção por Pedro: “Tu
é o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16.16).
O Senhor alegrou-se por
certo com a resposta correta de Seu discípulo e declarou que essa precisão e
porque não dizer, também a prontidão em responder, deveu-se à revelação de Deus
Pai. Um “apokalupsis” (“apocalipse”, revelação) ocorrera naquele instante da
parte de Deus e Simão Pedro pôde responder de maneira adequada.
Nunca deveremos menosprezar o que Cristo fala. Jamais
deveríamos considerar como algo irrelevante os questionamentos do Senhor!
Nesse caso, Suas perguntas envolviam algo crucial: Sua
identidade. Quem era Ele?
Sendo você discípulo de
Cristo, saberia identificá-lo de pronto? Saberia responder adequadamente tal
pergunta que é sim, por demais importante?
A questão da identidade de Cristo é prioritária. Tanto é
assim que, com os discípulos reunidos em torno de Si, Jesus fez duas perguntas
sobre o tema, primeiramente querendo saber o que eles, discípulos, declarariam.
Refletindo um pouco mais, se não fosse a pronta e precisa
resposta de Simão Pedro, o que os demais discípulos responderiam? Será que suas
respostas seriam semelhantes aquelas da opinião pública? E o próprio Pedro,
caso o Senhor Deus não lhe revelasse a identidade de Cristo, como o próprio
Jesus testemunhou que assim havia ocorrido, teria afirmado que o Cristo era
João Batista, Elias ou algum dos profetas do AT?
E eu e você? Como identificamos nosso amado Salvador? Que
pensamos nós de Cristo? Nós, discípulos dEle nesta primeira década do século
XXI, compreendemos através das Sagradas Escrituras que Jesus Cristo é o Filho
unigênito de Deus (Jo 3.16), sendo Deus manifesto em carne (1Tm 3.16) e em Quem
habita corporalmente toda plenitude da divindade (Cl 2.9)?
Os homens do mundo, conforme a resposta dada pelo
discípulos à primeira indagação de Jesus, não identificarão o Cristo, o Mashiach
(Messias, o Ungido). Ele seria um homem bom, notável, dotado de uma ética
profunda, uma moral ilibada. Alguns poderão identificar Cristo como um grande
mestre, que ensinava de forma inigualável. Outros poderão identificar nEle um
profeta que trouxe uma nova revelação, no mesmo nível de Buda ou Maomé. Haverá
ainda aqueles, como os gnósticos, que afirmarão que Jesus Cristo era Deus mas
não se manifestou em carne, era mera aparência (1Jo 4.1-3).
O discípulo genuíno de Cristo, ao contrário,
semelhantemente a Pedro têm a revelação de Deus diante de si, a Bíblia. O
sagrado depósito das Escrituras revela de forma iniludível quem é de fato Jesus
Cristo. Ele é Aquele anunciado pela primeira vez por Deus em Gn 3.15, o assim
chamado proto-evangelho, a primeira anunciação do vindouro Salvador e que
esmagaria, de fato, a cabeça da serpente, Satanás (Rm 16.20; Hb 2.14). Ele é o
que foi entregue ao sofrimento e à morte e depois ressuscitou, por causa de
nossos pecados (Is 53; Rm 4.25). Ele é Aquele que foi feito semelhante a nós na
encarnação (Fp 2.5-8; Jo 1.14), porém, sem pecado algum (Hb 4.15; Jo 8.46). É dEle
e de nenhum outro, que provém salvação para todos os homens (At 4.12; Hb 9.12;
1Tm 2.6). Ele é o único e vivo caminho para Deus Pai (Hb 10.20; Jo 14.6). Ele
é, enfim, o Mediador de um novo testamento (Hb 9.15) e é Ele mesmo, o único
Mediador entre Deus e os homens (1Tm 2.5). Ele é Aquele que virá pela segunda
vez nas nuvens do céu, como o Filho do Homem (Dn 7.13; At 1.11; Ap 1.7). Ele
receberá o domínio, a honra, o reino para que todos os povos e nações o sirvam
e seu domínio jamais passará e seu reino jamais será destruído (Dn 7.14; Fp
2.9-11;Hb 2.9,10; Ap 1.8; 19.11-21).
À pergunta: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro
respondeu enfática e gloriosamente: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” Ele
fez tal declaração por meio de uma revelação divina. Nós, discípulos de Cristo
hoje, possuímos a revelação completa de Deus nas páginas do Antigo e Novo
Testamento. Teremos nós dedicado tempo para entender a identidade verdadeira de
Jesus por meio da única e autorizada revelação como consta na Bíblia ou,
miseravelmente alguns de nós, embora professando o Nome de Cristo, temos tido
um entendimento mundano sobre quem é o Filho de Deus?
Discípulo de Cristo, pense nisso!
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